O escudo invisível das regras
A couraça artificial das regras do debate, destinada a proteger o divino e distante Cavaco, da irreverência humana do frente a frente e do tu-cá, tu-lá, começam a revelar-se insuficientes para proteger aquela cuidada e cultivada imagem, de quem só sabe falar da sua especialidade, a economia e as finanças, não podendo, portanto correr o risco de perguntas directas dos adversários que o afastem deste reduto. Mas que, nestes domínios, nunca falha, nem duvida, nem erra.
Esta imagem começou a esboroar-se, ontem, com a informação, dada pelo próprio, de que recebeu do Governo, CD's com documentação relativa à OTA e ao TGV. O refúgio na falta de informação completa começa também a não ter consistência.
A outra bengala da sugestão de mais estudos, de que Cavaco tem usado e abusado, nos debates, levou-o a dois deslizes num só gesto.
Ele próprio, a ultrapassar o seu perímetro de segurança do respeito sagrado pelas regras do debate e, pior ainda , para propor estudos sobre um tema já exaustivamente estudado. A crise financeira da Segurança Social.
Ao seu segundo debate, Cavaco baixou a guarda! E começa a cometer erros, que atingem a raiz dos mitos que zelosamente tem alimentado.