quinta-feira, novembro 30, 2006 

Os "Tios" de Augusto Gomes(VI) O tanoeiro (I)

augusto gomes (capa)11




Foi assim que, na Vila de Santa Cruz da Graciosa,
surgiu a notícia da nomeação de determinado cavalheiro,
nado e criado naquele pacato burgo,
para o cargo de Administrador do Concelho.
E como santos de casa não fazem milagres,
logo choveram os comentários, as críticas, e os dichotes,
tanto mais, que o nomeado não primava pelos dotes de inteligência,
sendo voz corrente, dever-se tal nomeação, única e simplesmente, a influências políticas.
Foi então que um velhote, instalado com tanoaria na referida vila,
com fama de homem de espírito,
do qual se contavam façanhas jamais esquecidas,
apostou que chamaria burro ao empossado.


Assim, dirigindo-se à residência do novo Administrador,
solicitou-lhe audiência,
no que foi prontamente atendido pelo mais alto funcionário do Concelho,
ansioso de entrar no pleno uso das suas funções.

- Venho apresentar a V. Ex.ª as minhas felicitações
pela sua nomeação.


O felicitado, sorrindo de gozo, respondeu:
-Pois fique o mestre sabendo, que não é caso para tanto,
e ainda lhe digo mais, se aceitei o cargo,
deve-se ao facto de ter sido deveras instado.
-Acredito - retorquiu o tanoeiro -
Mas acho que a escolha não poderia ter sido melhor,
porque se havia de vir algum burro de fora,
ficou V. EXª que é cá da terra...

terça-feira, novembro 28, 2006 

As "moralidades" do "La Fontaine português" (IV)

Voltemos ao inesgotável
















quarta-feira, novembro 22, 2006 

É a saudável guerra de todos contra todos!

ELPAIS.com - Tecnología


Microsoft amenaza con demandar a los distribuidores de Linux
ELPAIS.com - Tecnología



Adobe amenaza con demandar a Microsoft
Adobe amenaza con demandar a Microsoft - 20minutos.es






Alcatel demanda a Microsoft por violación de patentes
Alcatel demanda a Microsoft por violación de patentes - 20minutos.es








Segundo conflicto de patentes entre Apple y Creative
Segundo conflicto de patentes entre Apple y Creative - 20minutos.es

terça-feira, novembro 21, 2006 

As "moralidades" do "La Fontaine português" (III)

Regressemos a mais umas entradas com o nosso

e às suas oportunas e acertadas "moralidades" de grande fabulista.











quinta-feira, novembro 16, 2006 

Coragem, Coragem mesmo... à antiga portuguesa


A melhor maneira de terminar esta meia dúzia de entradas sobre caricaturas da coragem à portuguesa, é fazê-lo com uma atitude verdadeiramente corajosa do grande escritor Ferreira de Castro.
Hoje, o seu nome parece quase esquecido.
Mas não o merece.
Nem como escritor, nem como homem.
A atitude que a carta seguinte documenta bem o demonstra
:

Lisboa, 11 de Novembro de 1971


Exmo Senhor Director:

Numa entrevista com o Dr. Eduíno de Jesus, publicada hoje no Diário de Notícias" o meu nome é citado entre aqueles escritores que já foram entrevistados pela Televisão Portuguesa. Trata-se duma involuntária confusão.
Realmente, há dois ou três anos, estando eu nas Caldas das Taipas, recebi do meu colega de letras Mário Dias Ramos, uma carta muito gentil, pedindo-me uma entrevista para aquele organismo.
Mas eu declinei o convite.
Meses depois, Jorge Amado passou em Lisboa e fui visitá-lo a bordo.
Estava lá uma equipa da Televisão e o Dr. Gomes Ferreira, nessa época locutor, pediu-me também uma entrevista, desta vez em conjunto com aquele grande romancista brasileiro.
Recusei igualmente.
E só depois de muitas horas de insistência -- e digo "muitas horas" porque a referida equipa passou quase o dia inteiro connosco -- eu acedi a aparecer em homenagem a Jorge Amado, a conversar com ele, durante alguns segundos, como simples nota de reportagem, conforme o último pedido que me fez o Dr. Gomes Ferreira.
E foram, julgo eu, essas imagens que levaram o escritor Eduíno de Jesus, por quem tenho, aliás, muito apreço, à confusão a que já me referi.
Essas ou outras que me disseram haver sido projectadas na Televisão Portuguesa, quando me deram um prémio em Nice,
Pouco tempo depois, passando eu em frente duma livraria da Lisboa,
vi romper, lá de dentro, um grupo de operadores, com as máquinas já a filmarem-me e o microfone direito à minha boca: “Ainda bem que o encontramos! Queríamos ouvir a sua opinião sobre…”
Não os deixei terminar e pedi-lhe que inutilizassem as imagens já tomadas.
Este ano, telefonaram da Televisão para minha casa, perguntando
a que horas sairia para França no dia seguinte, por causa do prémio da Latinidade, pois desejavam filmar a partida.
Em virtude de tudo isso, resolvi telefonar ao próprio director da
Televisão, o Dr. Ramiro Valadão, que não conheço pessoalmente.
E, explicando-lhe as razões do meu procedimento, disse-lhe que não desejava aparecer na televisão e pedi-lhe que fosse atendido esse meu desejo.
Por quê esta atitude, que parece tão facciosa?
A verdade é que as imagens e os nomes da grande maioria dos escritores portugueses, inclusivamente o grande Aquilino Ribeiro, foram, durante anos e anos, sistematicamente suprimidos pela Televisão de Portugal.
Sem dúvida alguma por ordens recebidas, os operadores chegavam
aos grupos onde nos encontrávamos e as suas máquinas entregavam-se a descriminações, por vezes a autênticos malabarismos, para que as nossas imagens de réprobos não tossem filmadas
.
Nós sorríamos. Mas era vexatório, era profundamente humilhante.
Ora eu penso que, junto com a dignidade humana, há a dignidade profissional.

E que se deve respeitar a dignidade não só dos escritores, mas de toda a gente.
E que ninguém deve ser excluído pela sua forma de pensar, tanto mais ser lugar-comum na História que algumas ideias consideradas péssimas, foram tidas, no futuro, como excelentes.
É claro que eu entendo ser inteiramente compreensível que os escritores nunca atingidos por tais descriminações concedam entrevistas à Televisão ou que, mesmo um dia atingidos, pensem que assim será melhor para a difusão das suas próprias ideias. Por outro lado, é absolutamente legítimo que outros escritores não tenham querido ser entrevistados.
Quanto à minha atitude, que só trago a público porque o meu nome foi citado, ela nada tem a ver com aqueles que trabalham na Televisão. Se tivesse, eu seria injusto, pois não lhes pertence a culpa do que sucedeu quando esse organismo votava inexoravelmente ao silêncio os escritores considerados oficialmente indesejáveis.
Com antecipados agradecimentos pela publicação destas linhas,
Saúdo-o, Sr. Director, muito cordialmente.

Ferreira de Castro

domingo, novembro 12, 2006 

E a Universidade de Coimbra?

Continua satisfeita ou indiferente, ao seu "honoris causa" a Franco?






Satisfacción e indiferencia tras retirar la Universidad de Santiago de Compostela el honoris causa en Ciencia a Franco

Santiago de Compostela. (EFE).- Varios historiadores acogieron hoy entre satisfacción e indiferencia la decisión de la Universidad de Santiago de Compostela de rechazar la concesión del título de doctor honoris causa en Ciencia al dictador Francisco Franco Bahamonde, 41 años después de otorgárselo.

El historiador Ian Gibson calificó a EFE de "muy correcta" la decisión y subrayó que Franco fue un militar que "no tenía mérito alguno" para ese tipo de distinción académica.

"En la historia de esta universidad en estas circunstancias no hay ningún otro caso" similar, dijo el responsable del centro, y apuntó que le consta que Franco había recibido títulos similares en las universidades de Salamanca y Coimbra.


Franco..."(des)honoris causa"

quinta-feira, novembro 09, 2006 

INA...QUÊ ?

Inadimplência cresce entre solteiros e cai entre casados - O Globo Online

Inadimplência cresce entre solteiros e cai entre casados


Os solteiros estão tendo mais problemas com a inadimplência enquanto os casados estão mais em dia.
Pesquisa realizada entre setembro e outubro mostrou que o número de solteiros inadimplentes cresceu 83% em comparação com mesmo período de 2005, enquanto o total de casados inadimplentes caiu 8%.
Inadimplência cresce entre solteiros e cai entre casados - O Globo Online






Queria saber o que é um inadimplente, sem ter o trabalho de ler a notícia no seu texto original?
Não. Recuso-me a dar-lhe esse jeito.
Vai ter de satisfazer a sua curiosidade tal como eu. Na fonte.
Clique abaixo ou acima para lá chegar.

Inadimplência cresce entre solteiros e cai entre casados - O Globo Online







sexta-feira, novembro 03, 2006 

Coragem à Ramiro...com os subordinados


Pelo que aqui fica refere-se romagens; donde se pode concluir que as instruções dadas incluem as duas romagens ao cemitério do Alto de S. João.
Anotar-se-á que o Sr. Director interino do telejornal deveria ter informado sobre esta nota que foi feita -pelo que se deduz da palavra solicitada- apenas porque foi pedida.
O Sr. Chefe de Redacção tomará na devida nota que para se disciplinar é preciso ser-se disciplinado. Por isto agravo a penalidade de suspensão para dois dias à anteriormente determinada.
Comunique-se aos serviços.

Ramiro Valadão

Esta foi a "corajosa" decisão de Ramiro Valadão, Presidente do Conselho de Administração da RTP, à seguinte nota do Chefe de Redacção da RTP ao Director do Telejornal, sobre o incumprimento, na plenitude, das ordens sobre as transmissões das cerimónias do 5 de Outubro de 1972, que constam do texto acima reproduzido, mas que transcrevo para mais fácil leitura:

"Em resposta, solicitada, a propósito das circunstâncias que rodearam a reportagem das comemoraçõres do 5 de Outubro e que levaram o Exmº Presidente do Conselho de Administração a supender-me, por um dia, do exercício das minhas funções, tenho apenas a informar que comuniquei ao redactor da Agenda, Sr. Bessa Ferreira, a orientação que, a respeito, me dera, momentos antes, O Sr. Director do Serviço de Programas, do seguinte teor:

-Dar o maior relevo e importância às cerimónias oficiais;

- Não filmar quaisquer almoços de republicanos democráticos;

-Nas romagens aos cemitérios, filmar grandes planos, para não dar ideia de grandes concentrações.

Eis o que se me oferece dizer sobre o assunto.

Lisboa, 9 de Outubro de 2972".

 

Ainda a coragem à portuguesa...modelo Ramiro(II)

A reacção subserviente de Ramiro Valadão, Presidente da RTP, à anterior carta de Marcelo, em 1972, só se compreenderá bem, se se recordar o autêntico assédio de vigilância implacável da RTP, nomeadamente dos telejornais, que Marcelo exercia sobre Valadão, em forma de pressão contínua, como o testemunha a seguinte carta de Dezembro de 1970.



PRESIDÊNCIA DO CONSELHO

Gabinete do Presidente


Lx. 28.XII.70

Meu caro Ramiro:

Muito obrigado pela sua carta de 24.
Estou plenamente consciente das dificuldades que terei de enfrentar no ano que entra, ano crucial para o futuro político do País.
Conto com o apoio fiel, dedicado e inteligente dos amigos, sobretudo daqueles a quem estão confiadas posições-chave, como sucede consigo.
A televisão é nos tempos correntes um instrumento essencial de acção política e nós não podemos hesitar na sua utilização - nem em vedar aos adversários da ordem social essa arma de propaganda.
Sei que está atento, mas nos tempos que correm toda a vigilância é pouca, toda a inteligência e argúcia na acção são insuficientes: há que pôr em jogo todas as nossas faculdades de combate.

Minha mulher pôde ver as suas flores,
que muito a comoveram.
Os meus respeitos a Sr.ª D. Vera e creia-me, amigo m. Ob.
Marcelo Caetano

Epigrama

↑ Grab this Headline Animator

Acerca de mim

  • I'm Dsousa
  • From Angra, Açores, Portugal
  • Sou Dsousa quando blogo e muitas outras coisas e nomes quando não blogo.

As Minhas Ligações

    Epigrama

    ↑ Grab this Headline Animator

  • Blogger Templates
  • O Vent(ilha)dor
  • Álamo Esguio
  • Add to Technorati Favorites Subscreve no teu reader

    Subscreve o Epigrama

    I heart FeedBurner

Desenvolvido por Blogger
e Blogger Templates