quinta-feira, junho 29, 2006 

Accoona: Mais olhos que barriga?



Este é o logotipo do novo motor de busca europeu, que é notícia desde ontem, data em que terá sido lançado.

Tem um ar risonho, olhar perscutador e muitas ambições.

Quer bater-se com o Google.

Tentei fazer-lhe a vontade.
Testei as mesmas duas buscas nos dois.

Portugal e Açores.

Resultados no Google:






Resultados no Accoona:

É óbvio que a quantidade não é critério absoluto, nem sequer critério único e mais importante nesta área.
Nem sequer é verdade que o Accoona não se apresenta com outros predicados, também relevantes, para os objectivos finais que ambiciona, como resposta europeia(?) ao "Google-Golias" americano, mas, para uma primeira impressão, não deixa de ter algum sabor amargo.
A acrescentar a alguns erros de apresentação, que podem ser deixados para outra oportunidade.
Só esperamos que este caso consiga ser uma excepção à regra de que não há uma segunda oportunidade para uma primeira impressão.

Mas o melhor, é "não nos preocuparmos", que é isto mesmo que quer dizer a palavra "accoona", até porque ele tem raízes longínquas na longínqua China, dotada do segredo secular de construir obras eternas.

quarta-feira, junho 28, 2006 

Mais bola. Mais mundiais.

Muita boa gente chegou a temer, nas duas últimas décadas do século passado, que o futebol de alta e baixa competição, se transformasse numa disputa de "quadrúpedes", a que assistiam hordas de fanatizados humanóides, como este desafio de futebol entre robôs parece caricaturar.

O Portugal-Holanda, aproximou-se desse modelo, nalguns momentos e situações.
Felizmente, não envolvendo a assistência ao jogo.
Os "humanóides-quadrúpedes"(neste caso, acumulando ambos os papéis) estavam disfarçados de jogadores holandeses e traziam apito de árbitro.
Algumas imagens dessa batalha campal aqui ficam:


Para completar este quadro, uma interessante análise sobre a evolução das tribos do futebol na Grã-Bretanha.


domingo, junho 25, 2006 

Um penalty- entre a História e a Vitória

O árbitro foi claro no seu gesto.
E no seu preceito.
Num penalty,
com a bola,
só pode haver um feito:
a baliza.
De qualquer que seja
o jeito!

O sueco resolveu ficar na História.
Espantar o mundo.
O guarda redes,
mais que ninguém,
atirando a bola
para o além.

O mais longe possível.
Da baliza e da vitória.
Não fez golo.
Mas fez História.
Não fez glória.
Mas fez História.
A sua equipa não ganhou o jogo.
Mas ele ganhou títulos.
Nos jornais.
E na História Mundial
deste Mundial 2006.
Não terá uma taça,
Terá muita página.
Não teve nenhuma graça.
Terá abundante fama.

sábado, junho 24, 2006 

Togo - Melhor na Passerele do que no Relvado


Antes do França-Togo, do Mundial 2006,
em que a França jogava o seu futuro na competição
e o Togo mais uma oportunidade terapeutica
para a cura do "complexo de colonizado",
a perspectiva
togolesa era esta:


E com toda a razão.
Nos tempos que correm,
até se tem a impressão,
que o sítio do mundo
onde os franceses pior se sentem
é "chez lui".




No fim de tudo, tiveram de aceitar, como
prémio de consolação, este radioso sorriso togolês
de sedução e alegria da togolesa Miss-Mundo.

E este V da vitória, igualmente efémero, como
o de todas competições, mas igualmente saboroso
com o de todos os desafios superados.

sexta-feira, junho 23, 2006 

Com a mais elevada consideração, à querida amiga "MQT"

"

"Da moderna geração, marcha sem dúvida na vanguarda o popular «Tenrinho», e dele se fixam muitas picarescas quadras que o imortal Bocage não se envergonharia de subscrever.
A que improvisou durante a visita de uma missão médica a esta ilha, presidida pelo Dr. Pinto da Rocha, é uma primorosa sátira à Ciência de Galeno, tão torturada em todos os tempos e idades pela linguagem causticante dos manipuladores de anedotas.
Dizia assim:


Eu louvo o desembaraço
Da Cirurgia moderna:
Quando me queixo dum braço,
Cortam-me logo uma perna."


(Frederico Lopes (João Ilhéu), Notas Etnográficas, 2ªed.,IHIT, Angra, 2003,pag.157)

quarta-feira, junho 21, 2006 

Franceses: Azarados nos resultados e nas previsões

Estas eram as previsões do "Le Monde" para os jogos de hoje no Mundial de futebol.
Alguém é capaz de negar que o "perfume de final" chegou umas horas antes, no Portugal-México?
.

É por estas e por outras, que toda a gente se pode dar ao luxo de "gozar" com os franceses, neste Mundial.
Até o Togo:

domingo, junho 18, 2006 

Imagens do Planeta Futebol

Screenshot - 18-06-2006 , 10_21_50
Esta imagem e comentário do "Le Monde" poderão ficar
no álbum de recordações memoráveis de Figo
ou no álbum de recordações memoráveis
da Selecção Portuguesa de Futebol.
Nunca poderão é ser incluídas no álbum das recordações memoráveis do arbitro francês, que deixou passar sem punição exemplar o "coup de pied de l’adversaire en plein visage".
 O comentário jornalístico também é memorável.
Como não deixou o Figo inutilizado, o "coup de pied" causou " plus de peur que de mal".
Esperemos para ver, qual será o comentário de "Le Monde," se algo de semelhante acontecer a algum "génio" futebolístico  da selecção francesa que, até agora, tem trazido aos franceses "autant de peur que de mal"!

quinta-feira, junho 15, 2006 

Onde se prova que não é só visita de médico que mata



É da obra cuja capa se mostra acima, a seguinte história,
contada pelo antigo Arcebispo de Braga, D. Francisco Maria da Silva:


"Já não sei porquê veio à baila uma grada figura da Igreja, picaroto de nascimento e oriental de missão, que eu conheci pessoalmente e bem, durante o meu «intermezzo açoriano» a quando de duas visitas à Candelária, sua terra e à Horta onde, no «Amor da Pátria», velha sociedade de origem maçónica, fora fazer curiosíssima conferência sobre o Oriente.
Era o D. José da Costa Nunes, então, salvo erro, Bispo de Macau e depois Patriarca das índias e Vice-Camerlengo, na Santa-Sé.
E disse ao antístite bracarense o quanto me tinham impressionado a inteligência e o poder de comunicação de Costa Nunes com a sua fala aos borbotões de cristal clareza a que não era estranha a imponência da sua figura onde nem faltava o majestoso grisalho de umas belas barbas.
E logo senti, no interlocutor, um «nihil obstat» que abriu portas.
E a conversa continuou com as palavras do murtoseiro senhor, em ágora de á-vontade:
- Sabe uma coisa que com ele se passou?
É de tradição, na Cúria Romana, que quando um Cardeal -já o era, então, D. José da Costa Nunes-está doente e é visitado pelo Papa, o Cardeal morre.
O D. José estava gravemente enfermo e sabendo da intenção do Santo Padre o visitar, logo delicadamente lhe mandou pedir que não fosse.
Não valeria a pena incomodar-se.
O Papa, certamente sorrindo ante o pedido, não foi e o D. José escapou daquela.
Passados tempos, nova maleita, desta vez mais grave e o Papa foi, tão querido lhe era o santo homem da Candelária do Pico.
E, desta vez, lá foi o D. José da Costa Nunes para os anjinhos, onde por certo, teria merecido lugar para o eterno descanso."

 

Para a MQT (Medicina Que Temos) XXII

Hoje e Sempre.
Pelo menos, até que um médico, que leia blogues,
aqui venha declarar que passou a lavar/ desinfectar
as mãos, entre todos e cada um acto médico,
porque leu o "chato"do "Epigrama".

























sábado, junho 10, 2006 

Marcial e os médicos

Epigramas marcial3

O título desta entrada  tem uma dupla relação com este blogue.
Em primeiro lugar, dá continuidade ao tema da "MQT" (Medicina Que Temos), que tem vindo a ser um dos assuntos mais repetidos no blogue.
Note-se que, sempre, ao serviço de uma boa causa.
De que os médicos facilmente se dispensam.
Desinfectarem as mãos, antes e depois de qualquer acto médico.
Acto médico que, como sabemos eles tão ciosamente defendem de qualquer intromissão ou controle estranho.
Se assim é, têm de corresponder, com um profissionalismo acima de qualquer suspeita ou dúvida.
Não é o que fazem.
Na percentagem escandalosa de mais de 50%.
É o que diz a Organização Mundial de Saúde.
Por isto, continuemos a "bater na pedra dura".
A outra razão é o titulo da entrada  trazer à  bailha o autor latino do início do primeiro milénio da nossa era, que inspirou a designação deste blogue do começo do II milénio.
Trata-se de Marco Valério Marcial (40-103), conhecido pelo seu último nome e pelos seus doze livros "Epigramas".
Como não podia deixar de ser ele dedicou bastantes  à medicina e aos médicos do seu tempo.


Transcrevo-os sem mais comentários.
Deixo estes para melhor oportunidade.



  1. Outrora cirurgião, Diaulo agora é cangalheiro:
    Passou a tratar da saúde da forma que podia.

  2. Ainda há pouco Diaulo era médico, agora é cangalheiro:
    O que faz como cangalheiro já o tinha feito como médico.

  3. És agora gladiador, dantes eras oculista.
    Fazias como médico, o que fazes como gladiador

  4. Tive um resfriado: mas tu, com um cento de alunos; logo vieste, Símaco,a minha casa.
    Um cento de mãos, geladas pelo vento norte, me apalparam:
    não tinha febre, Símaco, agora tenho.

  5. Tomou banho connosco, alegre jantou, e mesmo assim
    de manhã, foi encontrado morto Andrágoras.
    A causa de tão repentina morte, Faustino, queres sabê-la?
    Em sonhos viu Hermócrates, o médico.

  6. O médico Herodes roubou um vaso ao doente.
    Apanhado em flagrante, disse: "Ó seu tonto, com que então a beber"?

  7. Tu mesmo sabes e consentes, Caridemo, que com a tua mulher
    o médico ande a fazer sexo: Queres, envenenado, morrer?


quinta-feira, junho 08, 2006 

Bocage, nosso provedor contra a "MQT" (XXI)



E aproveitemos, igualmente, para lembrar factos impressionantes e lamentáveis como este:





Nota: Como parece claro,
o último verso tem uma gralha.
Deve ler-se:

"Supre os escritos do enterro".

domingo, junho 04, 2006 

O Senado e o Povo Romano S P Q R

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Estas quatro letras garrafais, inscritas nos enormes pendões das procissões da Quaresma e Semana Santa, sempre deram origem às mais disparatadas e inventivas traduções.
Algumas ficaram ligadas aos maiores nomes da nossa literatura.
Ou porque as forjaram. Ou porque as registaram.
Eis dois exemplos.
De séculos diferentes.


O primeiro, é de Gervásio Lobato, o romancista e homem de teatro, e que é recordado na literatura portuguesa, sobretudo, como autor da "Lisboa em Camisa".
Descreve ele, o ambiente das procissões da Semana Santa, na Lisboa dos finais do século XIX, que, ao contrário de tempos recentes, já decorriam, "quase sem espectadores e sem actores.
Poucos irmãos com capa, poucas senhoras nas janelas, poucos basbaques pelas ruas".
Mas, ainda assim...


"...Sempre houve quem representasse o espírito lisboeta
e os bons ditos tradicionais, que sempre são inspirados pelo pendão, disseram-se.
Ouvimo-los no Chiado, no Domingo de Ramos.


S. P.Q.R.



- Senhor, o povo quer república, dizia um.
- São propostas que rejeito, dizia outro.
E, por fim, houve um terceiro que teve o espírito originalíssimo de
lhe dar esta interpretação perfeitamente nova e graciosíssima
Salada, Pão, Queijo e Rábanos.
Depois disto, compreendem bem que não assistimos ao resto da procissão.
Viemos para casa rir com o bom dito para não darmos escândalo na rua."

O outro exemplo é do século anterior e, como quase não podia deixar de ser, atribuída ao inevitável Bocage:


"Assistia Bocage a uma récita de curiosos, no camarote do pai de três meninas que representavam na peça - uma grande peça do século XVIII.
No meio do segundo acto aparece um pendão, em que se lêem as letras seguintes:


S.P.Q.R.

O pai das meninas pergunta confidencialmente:
- Ó senhor Bocage, que querem dizer aquelas letras?
Bocage respondeu:
- Senatus populosque romanus.
- Sim - insistiu o pai. - Mas aquilo, no teatro, deve ter outra qualquer significação, que o senhor saiba.

Bocage respondeu:
- Tem, mas eu é que não queria dizer-lha.
- Porquê? Diga, diga!
Então, Bocage, ao ouvido do homenzinho, exclamou:
- São p... quantas representam.
Escusado é dizer-lhes que o pai das três meninas
o pôs fora do teatro".

Como se vê, também quase sem excepção, as narrações das anedotas do Bocage acabam a fazê-lo pagar pelo seu atrevimento.
É dentro desta regra, (que desafiar as conveniências, sempre se pagou caro em Portugal), que Gervásio Lobato não deixou de incluir na sua descrição, o cuidado de, prudentemente, se retirar para rir no recato de casa, para não sofrer as conseqüências de "dar escândalo na rua".
Como seria de esperar e se pode confirmar pela Wikipedia, não são exclusivas dos portugueses, as traduções fantasiosas desta sigla.

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Sono Pazzi Questi Romani (Astérix)

quinta-feira, junho 01, 2006 

"Mediquetemices" anedóticas de Bocage



Relendo as "Anedotas de Bocage", com mais vagar,
consegui encontrar mais duas anedotas
com alguma ligação com a medicina.
Uma, por falar de saúde e morte.
A outra, por falar de morte.
Embora o chiste lhes venha de caricaturarem outras realidades
que não a medicina.

Aqui ficam as tais três anedotas de Bocage
com conotação à "MQT"(Medicina Que Temos).

  • Uma vizinha de Bocage, muito bonita, muito namoradeira, mas que só se afeiçoava a militares, adoeceu.
    O seu médico, falando uma vez com o poeta, de quem era amigo, dizia-lhe:
    - A doença tem, realmente, certa gravidade, mas espero que triunfaremos do mal, caso a enferma se sujeite a seguir um bom regime.
    - Oh! doutor- atalhou logo Bocage -, se quer salvar a pequena, não a obrigue a seguir um bom regime, aconselhe-a antes a que siga um regimento.



  • Onde vai você passar o Verão? perguntou um amigo a Bocage.
    Vou passá-lo em Fornos de Algodres.
    - É terra saudável?
    - Tão saudável - respondeu o poeta - que até no ano passado,
    para inaugurarem o cemitério,
    tiveram de cometer um assassinato.


  • A uma velha muito feia

    Não veio a morte buscar-te
    Com o seu Chamante robusto,
    Porque receia ao encarar-te
    Morrer a Morte de susto.

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