Os mistérios do mar açoriano
A União
As afirmações anteriores constam de "A União" de ontem e de um artigo sobre o rol de atrasos e dificuldades que tem impossibilitado os novos barcos da Transmaçor de iniciarem o transporte marítimo de passageiros, este verão, entre as ilhas.
Não sabemos se a informação sobre a construção de portas que não funcionariam na maré baixa, nos portos da Praia e de Ponta Delgada é rigorosamente exacta.
Mas parece-nos inteiramente verosímil.
Quem é que pode exigir, aos continentais estaleiros navais de Viana de Castelo que saibam que o o insular porto de Ponta Delgada, também tem "períodos de maré baixa"?
Do mesmo modo, quem é que pode exigir que a Transmaçor, historicamente, especializada no ramerrão tradicional Faial-Pico e Pico-Faial, se lembre de igual alternância de marés, no longínquo porto da Praia da Vitória, tão distante daquela vereda marítima que é o canal?
Parece-me, claramente, em ambos os casos, pedir ao "sapateiro que vá além da chinela".
E está bem de ver que não foi.
Acrescente-se ainda que não se consegue perceber se o nome escolhido para o barco (Ilha Azul) é um bom ou mau prenúncio.
O que não há dúvida é que lhe dá uma dimensão "claramente" regional.
O "ilha" ainda pode despistar algum incauto.
Mas o "Azul" não deixa qualquer margem para dúvidas.