Os "Tios" de Augusto Gomes (II) : O Tio Francisco (II)
Um belo dia, (o tio Francisco) resolveu, por sua iniciativa, encerar o
soalho.
Vai pois de o esfregar com petróleo,
seguidamente
espalhar a cera,
e, finalmente a operação mais estafante,
puxar o brilho.
Eis que então, entra um funcionário, que, embora
amigo do Tio Francisco, já várias vezes entrara em maré
de questiúnculas , por não se encontrar de acordo com o
tão discutido «pitafe».
Simulando espanto,
mira alternadamente o Tio Francisco e o soalho,
acabando por proferir:
-Mas isto o que é ?...
- ?!
- Está algum burro para morrer?
O Tio Francisco que notara as marcas das solas dos sapatos
do referido funcionário impressas no soalho
recentemente encerado, retorquiu:
- Estou a fazer o mesmo que a «labandeira» fez...
- ?!
- Apagar as pégadas do burrinho... quando Nossa Senhora fugiu com o «Menino Jasus» para o Egipto.
Dito isto, afastou-se calmamente, deixando o interlocutor atónito.