O Dilema Açoriano 2008
ÁLAMO MENESES, SECRETÁRIO REGIONAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
Universidade dos Açores carece de revisão
A Universidade dos Açores (UA) tem um problema estrutural, pelo que a questão não é meramente financeira. O Governo Regional está disponível para, em conjunto com a UA e os Ministérios da Educação e das Finanças, resolver os actuais problemas, estando fora de causa quaisquer despedimentos
Diário Insular OnLineA UNIVERSIDADE DOS AÇORES E O REITOR
por: Bento BarcelosA questão essencial do financiamento das despesas de funcionamento da U.A., que não estão asseguradas na sua totalidade pelo Governo da República, gerando um problema agravado ano após ano, exige essencialmente uma resolução política.
http://www.diarioinsular.com/noticias/ver.php?edicao=5_18_Janeiro_2008&n_id=45875
Pessoalmente, eu próprio desejaria que todas as opções políticas que se irão colocar aos açorianos nas eleições regionais deste ano de 2008, tivessem a clareza do dilema que estes dois textos sobre a Universidade dos Açores exprimem.
Neste caso, qualquer leitura, por mais ligeira que seja, nos evidencía que estamos perante dois políticos encarando o mesmo problema por duas ópticas, estrutural e radicalmente diferentes.
Pode mesmo dizer-se que estamos em face de
- Dois Secretários Regionais da Educação;
- Duas soluçoes políticas para a Universidade dos Açores;
- Duas visões políticas de fundo da Autonomia dos Açores;
- Duas formas, historicamente e ideologicamente opostas de encarar o tema central da Autonomia Regional, das relações entre o poder Regional e a República, que se esconde/revela nestes dois textos;
- Dois caminhos para a procura e o encontro das soluções que, neste caso, a Universidade reclama e, em geral, os Açores se defrontam.
Quem se der ao trabalho de confrontar os dois textos e, para isso, terá de recorrer ao próprio DI, que, julgo, continua integralmente acessível apenas a assinantes, vai verificar que
a visão de Bento Barcelos é
- Retórica e proclamatória;
- Estereotipada e repetidora incansável de slogans batidos e rebatidos;
- Que, segundo ele, existem apenas dois lados do problema: O lado bom/autonomista da parte da Universidade que reclama mais dinheiro e o lado mau do Governo da República/centralista que recusa.
Vai verificar, igualmente, que
a visão Álamo Meneses é
- Global e sistemática;
- Aprofundada e realista;
- Política, mas não retórica nem proclamatória;
- Substitui os slogans pelo debate e confronto de soluções;
- Situa-se para além do estafado e gasto tema "amaralista" da Autonomia versus centralismo e tripolaridade+insularidade
Para não alongar, além dos mais,
estes dois textos em que, ainda por cima, o do Álamo é uma entrevista e, como tal, condicionado pelo entrevistador, o do Bento, um texto-de-secretária, sem condicionantes e ( em teoria, pelo menos) pensado e repensado, são
o retrato de dois políticos e da sua obra de Secretários Regionais de Educação.
E, quanto ao futuro, ameaçam com o regresso a um passado já múltiplas vezes rejeitado pelos açorianos ou a continuidade de um caminho que tem provas dadas de aceitação e eficácia.