Um jovem furriel miliciano sentiu-se atraído pelo feitiço de uma jovem de estonteante beleza, chamada Dora.
Desejando legalizar pelo casamento tão ardente paixão, formulou o pedido segundo a praxe açoriana, fazendo-se acompanhar por um tio tenente, poeta de merecimento.
Porém, desmobilizado pouco tempo depois, não poude concretizar o seu desejo, tendo de adiar o almejado casamento, encarregando então o tio de ficar a olhar pela noiva.
Mas, a tão encantadora, como traidora Dora, talvez na ânsia de trepar na escala hierárquica, entrou a namorar um alferes.
Imediatamente o tio, firme no cumprimento da sua missão, tal fiel «eunuco» a guardar precioso «harém», enviou-lhe a seguinte missiva :
Manda cuidados embora.
No mundo há muitas mulheres.
A Dora... já não te adora.
Adora agora um alferes.
Calcule-se como não terá ficado o desditoso apaixonado!
Desesperado, enviou um angustiante telegrama a solicitar rápido esclarecimento.
Não tardou a resposta pelo mesmo processo epistolar:
Deixa-te estar no teu posto,
Tu és um bom furriel,
Mais vale agora um desgosto,
Que mais tarde seres «coronel».